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Planejamento familiar: o que você precisa saber?

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Você sabia que nos últimos anos mais de 50% das famílias brasileiras se endividaram, segundo um estudo da Confederação Nacional do Comércio? Isso se deve, em grande parte, pela falta de um planejamento financeiro familiar eficiente.

Mesmo com rendas familiares superiores a 40 mil reais, é comum vermos casais com dívidas desnecessárias e com um padrão de vida desajustado à construção de um patrimônio sólido, obrigando que trabalhem em um ritmo muito acelerado por muitos anos a mais. Isso é comum, mas não deve ser considerado como normal e nem saudável.  

Já sabemos também que o assunto dinheiro pode causar brigas e um grande desconforto entre as pessoas. Cerca de 57% dos divórcios no Brasil são motivados por problemas financeiros, aponta o IBGE. 

Isso mostra que para criar um orçamento familiar de forma saudável, é muito importante haver diálogo entre o casal sobre o assunto, podendo até fortalecer o relacionamento – convenhamos, já passou da hora do assunto “dinheiro” deixar de ser tabu. Comecem conversando sobre temas agradáveis ligado ao dinheiro, como sonhos, objetivos em comum, objetivos individuais e como irão fazer um acordo para realizar esses sonhos juntos. 

Aqui é importante entender se a família terá uma conta conjunta ou separada, uma opção para casais que não querem juntar tudo por conta de desentendimento, é ter contas individuais para gastos individuais, mas também terem uma terceira conta, esta conjunta, onde os dois irão enviar uma parte da receita para lá apenas para pagar contas da casa, de gastos conjuntos ou acumular capital para uma viagem.

Isso pode ser acordado da seguinte forma: Se um ganha 20 mil e o outro 20 mil, e as contas conjuntas da casa são de 20 mil reais, cada um poderá enviar 50%, ou seja, 10 mil reais cada pessoa, e o que sobrar na conta de cada um, poderá ser usado da forma que quiser, evitando assim brigas e desentendimentos.  

E na ausência de um bom controle financeiro, fica muito mais difícil tirar os objetivos do papel, certo? 

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Ter as contas e o orçamento da família em dia é fundamental, pois diferentemente das finanças pessoais, as despesas familiares precisam de um maior cuidado, já que envolvem outras pessoas. 

Os planos que fazemos para a vida funcionam como um norte a ser seguido por anos: é saudável ter projetos ambiciosos para o futuro, o desafio, é evitar que esses projetos parem no meio do caminho devido a imprevistos.

Qual sua estratégia para mantê-los em longo prazo?  

Imagine que você pretende se aposentar e atingir a independência financeira em 20 anos, você quer descansar, viajar mais com a família e aproveitar mais seus hobbies, ou pelo menos diminuir pela metade suas horas de trabalho. É um projeto ambicioso de longo prazo, você pode encontrar desafios e imprevistos no meio do caminho, contudo, com um planejamento bem estruturado levamos em consideração todos os possíveis desafios e montamos estratégias para contorna-los, assim você conseguirá realizar esse ambicioso projeto com sucesso na jornada.  

Como visto, o planejamento financeiro familiar contribui para a manutenção de grandes objetivos. O segredo para concluir planos de longo prazo passa diretamente pela administração das finanças, mas não apenas por isso. É fundamental também traçar metas de curto, médio e longo prazo. Desmembrando dessa forma, você aumenta muito as chances de o planejamento ser concluído mais à frente. 

Vamos a exemplos de objetivos de curto e médio prazo: uma viagem em família para conhecer um novo lugar, trocar o carro, ou até mesmo fazer uma especialização no exterior que vai te trazer inúmeros benefícios profissionais.  

Ajuste o foco do planejamento financeiro familiar 

Muitas vezes, as preocupações do cotidiano, acumulo de atendimentos e especializações, caso você for médica, são sufocantes e levam as pessoas a se dedicarem única e exclusivamente a problemas emergenciais.

Os imprevistos estão sempre à espreita, por isso recomendamos um ajuste de foco em seu dia a dia. 

Vale a pena reservar parte do seu tempo para avaliar o andamento do seu planejamento financeiro familiar. Isso ajuda não apenas a mantê-lo nos trilhos, mas também lhe dá um gás extra ao perceber que os passos necessários estão sendo dados. Naturalmente vai haver um reflexo direto em sua rotina, com menos problemas urgentes e mais tempo para o que importa de verdade. 

Quando falamos de orçamento familiar, não existe uma única forma correta, cada família acompanha seu orçamento do jeito que ela mais se adapta.
Sendo assim, temos abaixo as alternativas para a escolha da família. 

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FORMAS DE CONTROLE 

Quando falamos em “forma de controle”, basicamente falamos em como as finanças da família serão encaradas. Existem famílias que preferem manter os orçamentos totalmente separados, outras preferem juntar de forma parcial e também existem as famílias que fazem tudo juntos, tanto os ganhos como os gastos. Vamos colocar os pontos importantes de cada uma destas estratégias e como lidar com elas no dia a dia: 

  • Orçamentos totalmente independentes 

Nesta modalidade, todos os integrantes precisam ter ciência de quem irá arcar com quais custos de casa e objetivos compartilhados. Caso seja uma família com filhos, esta alternativa se torna cada vez mais complexa quanto maior o número de pessoas que fazem parte da família 

  • Orçamento totalmente compartilhado 

Nesta opção que é muito utilizada pelos brasileiros a regra é simples: tudo que entra é de todos e tudo que sai, sai de todos. Desta forma a melhor alternativa é ter o mesmo cartão através de uma conta conjunta para conseguir concentrar os gastos e facilitar o controle. 

  • Orçamento familiar parcial 

Este é um modelo hibrido, ou seja, mesclamos os outros dois modelos para chegar em um denominador comum. A estratégia consiste em definir quais são os gastos familiares e de forma proporcional a renda somada, cada uma das pessoas contribui para uma “conta da família” que é de onde saem todos os custos fixos e alguns variáveis que atendem a todos. 

Já para os objetivos compartilhados, eles também podem entrar em “gastos familiares”. 

Mas a estratégia consiste em cada um ajudar com os custos de “casa”, mas ainda assim possuir uma parte de sua renda para gastar consigo mesmo sem precisar dar satisfação ao outro, mantendo suas particularidades nos gastos e investimentos. 

O ponto “negativo” neste caso é que teremos 3 controles no mínimo para fazer, o que pode demandar um tempo maior de um dos integrantes 

FERRAMENTAS 

As ferramentas que podem ser utilizadas são as mesmas já explicadas no artigo gastos e ferramentas facilitadoras, mas para facilitar segue abaixo: 

  • Planilha; 
  • App; 
  • Bloco de notas / Grupo no Whatsapp; 
  • Gastos fixos com teto no cartão de crédito. 

OBJETIVOS 

Quando falamos de objetivos, é um tema complexos e ao mesmo tempo delicado, pois estamos lidando com os sonhos de vocês. Neste momento não só lidamos com os sonhos, mas também com as emoções do cônjuge que está junto e precisamos ter “jogo de cintura” para caminhar bem o assunto.  

Quando realizamos o acompanhamento financeiro de casais, nossos especialistas muitas vezes não interferem na discussão, porém pedimos atenção ao assunto e deixamos como “lição de casa” a discussão dos objetivos. 

Um bom planejamento financeiro familiar é aquele que contempla diferentes momentos de vida. Se você focar apenas no longo prazo, dificilmente conseguirá manter a disciplina e tenderá a se render às tentações. Por outro lado, ao focar apenas nos próximos dias, você acabará abrindo mão de construir um futuro tranquilo e que traga bem-estar financeiro a toda família. 

Por isso, o ideal é ter planos para o longo, médio e curto prazos. Aqui não há um consenso sobre o tempo, pois depende da sua configuração familiar. 

Estabeleça objetivos e metas para cada um desses períodos, sempre combinando e conversando com toda a família para chegarem a um acordo que seja interessante para todos. 

OBJETIVOS COMPARTILHADOS 

Agora que já temos uma visão mais consolidada sobre os objetivos de curto, médio e longo prazo, é importante transformar essa visão em objetivos compartilhados entre o casal. Os objetivos compartilhados normalmente são sonhos que a família tem em compartilhar os momentos juntos e muitas vezes é uma decisão unanime. Estes objetivos vão desde viagens, até planejamento sucessório. Para os objetivos compartilhados temos estratégias bem parecidas com o orçamento familiar: 

  • Os dois contribuem de forma igual; 
  • Um contribui no começo e o outro no final; 
  • Contribuem de forma proporcional. 
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OBJETIVOS INDIVIDUAIS 

Depois de uma visão clara dos objetivos compartilhados, chegou a hora de falar dos seus objetivos pessoais que também são muito importantes. 

Famílias são compostas por pessoas (não podemos esquecer) e pessoas possuem suas personalidades e seus sonhos individuais. Ou seja, mesmo famílias que possuem todos os pontos conjuntos, ainda assim podem possuir objetivos individuais e precisamos equalizar a conclusão destes objetivos de acordo com o orçamento de cada família. 

O que não podemos deixar acontecer é o esquecimento do objetivo individual ou desistência por falta de planejamento e organização. 

Quando falamos do acúmulo de patrimônio, muitas famílias “deixam” que este acúmulo seja feito pela pessoa que possui a maior fonte de renda, porém nem sempre este é o melhor a se fazer. É sempre válido avaliar individualmente e ter um plano que não dependa de uma pessoa só, levando em conta não somente o patrimônio já adquirido por cada membro, mas também os objetivos e acúmulos que serão feitos no futuro. 

Para uma avaliação completa, os especialistas precisam das declarações anuais de IRPF de todos os membros, assim haverá muito mais assertividade para elaboração de um plano que otimize todos os impostos, desde aqueles que paga anualmente, até impostos de um processo sucessório. 

AQUISIÇÃO DE BENS 

Quando falamos na aquisição ou troca de um bem, (imóvel, automóvel etc..) é preciso verificar se o valor do novo bem é compatível com a renda familiar. Depois do estudo, caso não seja compatível, devemos reavaliar a compra e pensar em adquirir um bem que caiba no orçamento. Além disso, pontos importantes como regime de casamento devem ser levados em consideração.

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1º INSIGHT

O primeiro Insight Capital sobre o Planejamento Familiar é que, “se você não sabe onde que ir, qualquer caminho serve”, em outras palavras, se você não tem objetivos individuais e familiares, prioridades que guiem seu planejamento financeiro qualquer passivo serve.  

A falta de clareza sobre os sonhos que deseja realizar e do porquê montar seu planejamento e investir seu dinheiro, faz com que sua motivação e comprometimento tenham menos força, dificultando mantê-los de forma consistente.

2º INSIGHT

Outro Insight Capital interessante é começar pelos objetivos compartilhados: torne este momento dos sonhos do casal algo mágico e se imagine no local ou mesmo qual sensação alcançar este objetivo trará para vocês.

Nessa lógica, objetivos individuais normalmente se adaptam de forma mais fácil, pois dependem apenas de 1 pessoa que já terá um contexto bem definido sobre o capital após dar atenção aos objetivos familiares.

3º INSIGHT

Nosso terceiro e último Insight Capital de hoje é que não existe certo ou errado quando falamos sobre finanças de casais e sim o que se encaixa melhor para você e seu cônjuge. Sendo assim, dividir as contas 50/50, proporcional ou qualquer outra modalidade desde que não cause intriga está correto. O importante é funcionar para vocês dois, de verdade.

Keila Vargas – Consultora Financeira
Frederico M Kùmbs – Diretor de Estratégia
Cauê Valença – Mentor de Customer Sucess